Parceria entre UFRRJ e Prefeitura de Seropédica promove inclusão digital de idosos com computadores reciclados
21 de maio de 2025

Projeto 3Rs transforma aparelhos apreendidos pela Receita Federal em computadores para uso social em núcleos da terceira idade, escolas e comunidades quilombolas

Por: Luiz Calderini

Em uma ação que alia tecnologia, sustentabilidade e inclusão social, a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), em parceria com a Prefeitura de Seropédica, está promovendo uma verdadeira revolução digital em comunidades historicamente excluídas do o à informática. Trata-se do Projeto 3Rs – Reciclar, Reutilizar e Ressignificar: uma receita de inclusão social, coordenado pelo professor Robson Mariano da Silva, do Instituto de Ciências Exatas (ICE/UFRRJ), que vem recondicionando equipamentos apreendidos pela Receita Federal para transformá-los em minicomputadores funcionais e gratuitos.

Adapt Link Internet - Black Friday

Essa iniciativa inédita foi viabilizada graças à importante doação da Receita Federal da 7ª Região Fiscal, que cedeu centenas de equipamentos eletrônicos, entre eles as conhecidas TV Box piratas. Esses aparelhos, quando adaptados com software livre e periféricos reciclados (monitores, teclados e mouses), tornam-se computadores capazes de atender a diversas demandas educacionais e de inclusão digital. A doação ocorre por meio do programa da Receita que direciona bens apreendidos para projetos com impacto social, ambiental ou educacional, reforçando o papel do Estado na promoção do bem comum.

A parceria com as Secretarias Municipais de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa, Ciência e Tecnologia e Educação de Seropédica garantiu que os primeiros beneficiados sejam os cinco Núcleos da Melhor Idade do município, onde os computadores serão utilizados para oficinas de informática, navegação na internet, redes sociais, jogos educativos e atividades cognitivas.

Durante reunião realizada na UFRRJ, com a presença do subsecretário de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa, Helber Dias, do secretário de Ciência e Tecnologia, Altemio Batista, do coordenador de Ciência e Tecnologia, João Vitor Amaral, e do coordenador do projeto, professor Robson Mariano, foi definido o cronograma de implementação da tecnologia nos centros de convivência. O secretário da Pessoa Idosa, Marcos Lomeu, enviou mensagem de apoio e foi representado por seu subsecretário.

Segundo Altemio Batista, a parceria simboliza o compromisso da atual gestão com a democratização do o à tecnologia:

“Estamos vivendo uma transformação digital. E não podemos deixar os idosos para trás. O projeto 3Rs é um exemplo de como a ciência feita na universidade pública pode dialogar com as políticas públicas e atender quem mais precisa.”

Helbert Dias reforçou a importância da ação para a qualidade de vida na terceira idade:

“Incluir o idoso no mundo digital é garantir o à informação, à autonomia e ao convívio social. Essa iniciativa é um avanço enorme para o nosso município.”

O projeto também teve o apoio direto do coordenador de Ciência e Tecnologia, João Vitor Amaral, que destacou a dimensão educativa da iniciativa:

“Os computadores serão também uma porta para novas aprendizagens. Estamos falando de cidadania digital, de preparar todas as gerações para o mundo conectado.”

Alunos e professores comprometidos com transformação social

O Projeto 3Rs é composto por 19 integrantes, sendo dois professores da UFRRJ e 17 estudantes, entre eles 14 da graduação da universidade e três do ensino médio público, em uma ação que vai além da formação acadêmica tradicional. Os estudantes participam desde a desmontagem e reconfiguração dos aparelhos, instalação dos sistemas operacionais e programas educacionais, até a realização de oficinas com os públicos atendidos.

“Estamos formando cientistas cidadãos, que compreendem o seu papel social. Os alunos não apenas aprendem, mas ensinam, transformam e se conectam com realidades sociais diversas. É a universidade cumprindo sua missão pública”, afirmou o professor Robson Mariano.

A dedicação dos estudantes é visível. Rômulo Rosa Alves, morador da Ilha da Marambaia, em Mangaratiba, é um dos bolsistas do projeto e atua diretamente na recuperação dos equipamentos. Ele destacou que no dia 30 de maio, haverá a entrega dos kits de inclusão digital para a população quilombola da ilha, uma ação que carrega forte simbolismo de reparação histórica e empoderamento comunitário.

“É muito gratificante saber que algo que seria descartado agora vai ajudar a nossa comunidade a ter o à informação e à educação digital.”

Já a estudante Karina Nascimento de Oliveira está desenvolvendo projetos com tecnologia assistiva, como modelos em impressão 3D voltados para pessoas com deficiência visual. Esses materiais, que também utilizam as placas dos aparelhos reciclados, demonstram o potencial criativo e inclusivo da ciência aliada à consciência social.

Sustentabilidade, inclusão e responsabilidade pública

Ao todo, o projeto já entregou 57 computadores e 60 kits de inclusão digital, contendo U, teclado, mouse, monitor, programas educacionais e o a plataformas gratuitas. O impacto é tanto social quanto ambiental, ao evitar o descarte incorreto de lixo eletrônico e ampliar a vida útil dos materiais apreendidos.

Além da parceria com a Receita Federal e com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), o projeto é realizado com apoio do TED 953474, e representa uma inovação dentro da política pública de reaproveitamento tecnológico e inserção digital.

UFRRJ abre portas à comunidade

A iniciativa é mais uma das frentes de atuação da gestão do reitor Roberto Rodrigues, que vem fortalecendo o papel da UFRRJ como instituição pública de transformação social e desenvolvimento regional. Ao abrir as portas da universidade para moradores de Seropédica, Mangaratiba e demais municípios do entorno, a UFRRJ reafirma seu compromisso com uma ciência que dialoga com o povo, atende necessidades reais e contribui para a redução das desigualdades.

Nos próximos meses, a expectativa é expandir o projeto para outras escolas, associações comunitárias, bibliotecas e centros de juventude, consolidando a UFRRJ e a Prefeitura de Seropédica como referências nacionais em inclusão digital com sustentabilidade e justiça social.

Área de comentários

Deixe a sua opinião sobre o post

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Comentário:

Nome:
E-mail:
Site: